Analisamos "The Legend of Zelda: Tears of The Kingdom" e ele é tudo o que mais queríamos!

Fãs satisfeitos!

Uma memória que nunca vai sair de minha cabeça é a do dia 11 de junho de 2019. Tudo parecia tranquilo em mais um Nintendo Direct dentro da E3 (Que Deus a tenha), até que chegamos ao final da apresentação e fomos surpreendidos com nada mais, nada menos, que o Anúncio de um novo "The Legend of Zelda". Fãs comemorando, crianças chorando, cachorros latindo e tudo mais... Afinal de contas, Zelda novo é sempre motivo de alegria, não é mesmo? Mas, ao mesmo tempo em que a alegria estava presente, um sentimento de dúvida tomava conta do meu íntimo: Como superar o aclamado "Breath of The Wild"? Como ir além de algo que já parecia perfeito? Melhorar as questões visuais e de desempenho seriam suficientes para cumprir essa missão? Só o tempo poderia responder essas perguntas, e no dia 12 de maio desse ano a resposta chegou até nós com todo o seu esplendor: Sim, é possível superar o que já parecia perfeito!

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"The Legend of Zelda: Tears of The Kingdom" nos traz de volta a Hyrule e toda a sua beleza. Diferente do que é comum na franquia, estamos falando de uma sequência direta do jogo anterior. Isso faz com que toda a direção de arte, assim como o universo que nos foi introduzido em "Breath of the Wild", seja utilizado como base para a nossa aventura. É claro que isso gerou muitas dúvidas nos fãs: “Será o mesmo mundo? Então não seria melhor uma DLC ou algo do tipo?”. Esses questionamentos são validos, mas como fã de longa data das aventuras de Link posso dizer que não foi a primeira vez que passamos por isso: No final dos anos 90, "Zelda" foi responsável por mudar o mundo dos jogos com o lançamento de "Ocarina of Time". Mecânicas inovadoras, um vasto mundo em 3D e uma história densa e divertida eram os grandes atrativos da aventura que elevou o jogo ao patamar de melhor avaliação de todos os tempos! Apenas 2 anos depois recebemos "Majora’s Mask" (meu favorito, diga-se de passagem) que utilizava a mesma engine e direção de arte anterior. Então a missão do novo jogo era difícil: superar aquilo que já era perfeito! Para muitos isso não aconteceu, mas confesso que para mim, sim! E não fez feio em relação ao seu antecessor, "Majora’s Mask", que provou que é possível contar uma nova história servindo se de elementos já conhecidos.

Eu sei que os fãs vão gritar nesse momento: "Majora’s Mak" não usa o mesmo mapa! Sim, é verdade! Ele nos introduz em outro mundo tão rico quanto Hyrule. Contudo, o foco aqui é mostrar que sequências diretas dentro da franquia "The Legend of Zelda" sempre irão carregar esse grande desafio de provar o seu potencial e identidade próprias. E, nesses dois casos, ambos provam sua identidade por meio de uma história bem contada e mecânicas únicas que fazem um novo universo se abrir a sua frente.

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Mas vamos ao que interessa: Do que se trata "Tears of the Kingdom"? A aventura começa algum tempo depois da derrota de Calamity Ganon em "Breath of The Wild". A princesa Zelda resolve explorar antigas ruínas existentes no subsolo do castelo de Hyrule acompanhado de seu protetor, Link. A medida em que avançam, os protagonistas descobrem um grande acervo de pinturas e esculturas referentes ao passado de Hyrule, assim como a existência de uma civilização antiga: Os Zonai. Esses seres já haviam sido citados em "Breath of the Wild", porém agora todo o enredo da aventura os terá como centro da narrativa. Além disso nossos aventureiros descobrem uma espécie de Múmia que emana uma estranha energia vermelha (bem parecida com a corrupção de Calamity Ganon presente em "Breath of the Wild"). Essa múmia está selada por um braço que logo perde seus poderes. O selo é rompido e esse novo inimigo é libertado, iniciando seu ataque contra Link e Zelda. Após um breve combate onde a Master Sword é quebrada pelo poder do inimigo, assim como o braço de Link é totalmente corrompido, o Castelo de Hyrule é elevado aos céus. Nesse momento Zelda acaba caindo num abismo e misteriosamente sumindo por meio de uma espécie de poder misterioso. Link é salvo pela mão misteriosa e levado para uma caverna estranha. É aqui que se inicia realmente nossa aventura. Link se dá conta que algum tempo passou e que seu braço antes corrompido parece diferente agora, com direito a poderes que aos poucos serão ativados. Além disso, não foi só o castelo de Hyrule que está nos céus, mas agora existem várias ilhas flutuantes, e ele mesmo se encontra em uma delas. O que são essas ilhas? De quem é esse novo braço que Link está usando? O que ele tem que fazer para salvar Zelda? Muito de "Tears of the Kingdom" está no processo de descobrir esses elementos da história.

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As novidades de "Tears of The Kingdom" não ficam só por conta dos visuais e cenários. Seu grande potencial está nas novas mecânicas inseridas no jogo. Se em "Breath of the Wild" tínhamos controle sobre o famoso Sheikah Slate e suas runas capazes de mover objetos metálicos, potencializar a física, congelar elementos e ainda outras funções, aqui a aventura eleva e muito as capacidades de Link. Esqueça tudo o que você viu anteriormente, pois aqui nem mesmo o céu será o limite para os jogadores.

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Vamos começar com um dos poderes mais inusitados do jogo: Ascend. Esse poder faz com que Link possa “Mergulhar para cima”. Como assim? Se você estiver embaixo de uma plataforma você poderá simplesmente usar esse poder fazendo com que link salte para o teto e o atravesse até chegar ao topo. É estranho, pois parece que você está “quebrando o jogo”, mas confesso que hoje não conseguiria jogar mais sem esse poder. Principalmente levando em consideração um outro elemento da nova Hyrule que posteriormente iremos tratar. Na aventura anterior muitos reclamavam da durabilidade dos equipamentos de Link e pediam sempre para ser criado um elemento de crafting, onde você poderia fabricar novas armas a hora que quisesse. Bem, os desenvolvedores fizeram isso, mas não da maneira convencional. Ao invés de você fabricar itens numa bancada por que não fundir elementos? Isso mesmo. Com o poder Fuse você pode simplesmente pegar uma espada velha e enferrujada e fundi-la com uma pedra, ou com um espinho, ou com qualquer outro elemento não vivo do cenário. As possibilidades são infinitas! Cada uma das fusões traz novas capacidades para as armas. E o melhor, elas são muito intuitivas. Por exemplo, se você colocar uma asa de morcego numa flecha você terá um projétil que literalmente voará em linha reta numa distância absurda! Ou mais, você pode simplesmente colocar um espinho em seu escudo para que você avance de frente contra um inimigo infringindo dano caso ele esteja próximo de você.

Agora os desenvolvedores devem ter pensado: “Hum, fundir não é suficiente. E se fizemos algo que vai além de armas combinadas?”. E assim nascia o grande destaque do jogo: A Ultrahand. Esse poder faz com que Link possa não só movimentar elementos não vivos do cenário, mas possa também simplesmente “colá-los” uns ao outros, criando elementos que vão ajudar a explorar Hyrule de uma maneira nunca vista!

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Nessas duas semanas de lançamento do jogo já vimos criações absurdas! Elementos que nem os próprios desenvolvedores devem ter pensado que poderia existir. Esse é um dos grandes destaques dessa nova aventura, o que fará tudo ser novo e extremamente divertido. Junto desse poder cabe destacar os objetos Zonai disponíveis ao longo da aventura. São objetos “elétricos” com funções que vão desde ventiladores e pedras flutuantes até canhões e lança chamas que podem ser utilizados para a construções de estruturas utilizando a Ultrahand. Grande parte de minha experiencia com Tears of the Kingdom foi montando veículos insanos e simplesmente testando os limites dessa mecânica (e confesso que não tem limites a não ser o da sua imaginação e dos itens que você conseguiu coletar). Eu tenho certeza de que vão passar anos e vamos continuar vendo vídeos de criações nunca vistas dentro do jogo. É tudo uma questão de tempo.

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Por fim temos o Recall, que é uma espécie de máquina do tempo. Você pode utilizá-lo para fazer com que objetos voltem a posições onde estavam anteriormente. Esse poder é extremamente útil para fazer pedras que caíram do céu voltarem às alturas levando você junto, mas também para resolver inúmeros puzzles presentes nas Shrines e templos presentes ao longo da aventura.

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A combinação desses poderes iniciais com outros que você ainda pode desbloquear (não

falarei quais devido a Spoilers da história) fazem com "Tears of the Kingdom" seja um marco na história dos jogos. Se em "Breath of the Wild" a proposta era a liberdade de fazer o que você quisesse esses poderes fazem com que essa liberdade seja elevada de forma infinita pois agora você não só faz o que quiser, você pode literalmente alterar o mundo! Você pode criar novos caminhos para chegar aquele objetivo, combinar elementos distintos do cenário, voltar no tempo, escalar de maneira mais rápida e por aí vai. Aqui não importa como você fez, o importante é chegar aonde você quer. O Jeito certo é o seu jeito! O que parecia impossível (superar "Breath of the Wild") se torna possível com a utilização dessas novas mecânicas.

Mas só isso é suficiente? Hyrule continua a mesma... Então, não. Não é a mesma Hyrule. Assim que você consegue elementos suficientes para descer das ilhas flutuantes no início da história você se depara com uma Hyrule conhecida, mas bastante modificada. Tudo agora respira um ar mais selvagem do que antes. Os inimigos parecem mais assustadores (alguns então eu me tremo só de ver no horizonte) além de mais espertos. Vários locais conhecidos foram severamente modificados pois agora estamos numa Hyrule sendo reconstruída após anos de Calamidade. Isso sem falar no vasto mundo nos céus que você agora poderá desbravar. Mas, além disso existe um outro elemento que fará você se surpreender muito. Estou falando do subterrâneo.

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Além de diversas cavernas presentes em Hyrule, estranhos buracos cheios daquela mesma energia vermelha que vimos no início do jogo estão espalhados pelo mapa. Ali se encontra o caminho para “The Depths” ou o subterrâneo. Não irei dar muitos detalhes sobre o que se encontra ali pois a sua descoberta é fantástica, mas posso dizer que temos uma outra Hyrule no subsolo. Tão vasta quanto a superfície ali você encontrará os verdadeiros desafios. Se prepare para um mundo com inimigos muito poderosos e uma vastidão de novos elementos que vão te surpreender. Aqui a ferramentas Ascend será essencial, pois o foco é explorar cada canto e encontrar segures escondidos.

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Agora, nem tudo são flores em "Tears of The Kingdom". Preciso dizer que infelizmente ainda existe uma pequena queda de frames quando se tem um excesso de elementos em tela. Não é nada que vá tirar a beleza da aventura, mas ela está presente e não posso simplesmente fingir que não gera incomodo em alguns momentos. Apesar de ser um elemento ruim é inegável a surpresa que temos de ver todo o potencial desse jogo rodar de maneira satisfatória no Nintendo Switch, um console de 2017 do tamanho de um tablet comum. Isso por si só mostrar o trabalho fantástico realizado pelos desenvolvedores e merece todo o reconhecimento.

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"The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom" teve a sua frente uma missão que parecida impossível, superar seu antecessor. Ele não só faz isso com louvor como consegue gerar no coração de quem jogo o sentimento de que "Breath of the Wild" foi uma preparação para esse grande momento. Com uma história rica e profunda e novos elementos que tem um potencial absurdo mais uma vez a franquia "The Legend of Zelda" eleva a régua de avaliação a um outro patamar. Confesso que fica até difícil pensar em outro jogo da franquia após essa grande obra prima. Sem dúvida é o grande lançamento desse ano de 2023. “The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom” já esta disponível exclusivamente no Nintendo Switch. Esta review foi realizada a partir de uma cópia cedida pela Nintendo.

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